Clipping
Com
o fim da safra de verão, a atenção dos agricultores gaúchos
volta-se para as culturas de inverno, principalmente para o trigo.
Mesmo após uma excelente colheita de grãos de verão, o que
capitalizou os produtores, as perspectivas são de redução dos
investimentos para o cultivo do trigo neste ano. Conforme o
Informativo Conjuntural divulgado no Informativo Conjuntural da
Emater/RS-Ascar nesta semana, a área destinada à cultura deverá
ser 19,88% menor. Apesar disso, estima-se uma produção total 36,52%
maior em relação ao ano passado, caso as condições climáticas
contribuam, destaca o informativo.
Há
semanas, o mercado dá sinais de pouca movimentação na procura por
insumos, como sementes e adubos, indicando que a área de trigo a ser
plantada deverá ser menor. Vários fatores contribuem para este
cenário, informam os técnicos da Emater/RS-Ascar, como preços em
baixa para o grão (-23,5% em relação ao ano passado), custos de
produção (cerca de 15% mais altos do que na safra anterior) e
incerteza climática, entre outros.
Realizada
durante a segunda quinzena de abril, a pesquisa sobre a intenção de
plantio para 2015 junto aos 247 principais municípios produtores de
trigo, que cobrem 83% da área prevista, indica que a área deverá
encolher 19,88% em relação ao ano passado, quando foram cultivados
1,180 milhão de hectares, segundo o IBGE; se confirmados os números
projetados pela pesquisa da Emater/RS-Ascar, a área de cultivo será
de 950 mil hectares. Importantes municípios produtores, como alguns
localizados na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico
Westphalen, por exemplo, registram percentuais expressivos de
redução, ultrapassando os 25%. A região de Bagé, que compreende a
Campanha e a Fronteira Oeste, é a única que indica crescimento de
área para este ano (+10,73%). O aumento pode ser explicado pelo
forte avanço da soja nessas regiões nos últimos anos, o que induz
à utilização do trigo na rotação de culturas com a oleaginosa.
Se
considerado o comportamento do trigo em termos de rendimentos obtidos
nos últimos anos, a produtividade média deve ficar em torno de 2,4
mil kg/ha, o que leva a Emater/RS-Ascar a projetar uma produção
total de 2,280 milhões de toneladas para o RS, caso as condições
meteorológicas sejam favoráveis. Esta produção seria 36,52% maior
que a do ano passado, quando foi colhido apenas 1,670 milhão de
toneladas de péssima qualidade, justamente pelo clima desfavorável
durante a fase reprodutiva e de formação de grão. No entanto, esta
é uma primeira aproximação, que ainda deve ser confirmada a partir
da próxima quinzena, quando a Emater/RS-Ascar inicia o
acompanhamento quinzenal sobre as condições das lavouras, que segue
até dezembro, mês de encerramento da colheita.
Relações-públicas Mateus de Oliveira