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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Controle da temperatura no processo de compostagem

A transformação de resíduos orgânicos em composto orgânico, para utilização na melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo, é uma ótima alternativa que beneficia o meio ambiente e pode favorecer economicamente quem adota esta prática.

Durante o processo de produção do composto é preciso que a pilha de material em decomposição alcance temperatura adequada, para isso, é importante monitorar a temperatura, não permitindo que alcance os 70ºC, pois causará a mortes de microrganismos importantes para o processo.


Quando a pilha alcançar ou se aproximar dos 50º C é aconselhável revirar o material, mas para realizar essa medição de temperatura é preciso um termômetro de barra, porém, envolve custos para aquisição, por isso, a técnica que utiliza uma barra de ferro geralmente é mais utilizada e é realizada da seguinte forma: utilize uma barra de ferro cumprida o suficiente para alcançar no mínimo até o centro da pilha de composto, mantenha por aproximados 10 minutos, depois retire e segure a ponta da barra de ferro com a mão. Caso estiver quente a ponto de não conseguir segurar, é indicativo de que a pilha está muito quente, tendo que revirar o mais rápido possível para resfriamento.


No momento que for revirar a pilha de composto é interessante observar se existe umidade adequada, caso tiver muito seco, é o momento de regar. Geralmente entre 5 ou 10 dias é o tempo em que a temperatura se eleva a ponto de ter que novamente revirar o composto para baixar a temperatura, logicamente esse tempo é uma estimativa que pode variar por vários aspectos, por isso, é preciso que a pilha tenha sua temperatura monitorada com frequência. 

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terça-feira, 21 de abril de 2015

Papel dos Cátions na Fertilidade do Solo


Clipping

Cátions e ânions podem ser retidos pelo complexo coloidal do solo. Os coloides do solo possuem cargas negativas (-) e positivas (+). Os íons trocáveis do complexo coloidal estão em equilíbrio com a solução do solo. Qualquer modificação da solução do solo provoca uma mudança neste equilíbrio. O poder absorvente é a capacidade que possui o complexo de adsorção de reter íons que provém da solução dom solo. Os cátions (carga positiva) são retidos na superfície dos coloides pelos pontos de carga negativa.

Uma argila montmorilonita tem mais capacidade de adsorção do que uma argila caulinita. O aumento de pH do solo provoca um aumento de cargas negativas na superfície dos coloides. Por outro lado, quando há uma diminuição de pH do solo, há uma menor adsorção de cátions devido ao menor número de cargas negativas. Os

íons cálcio (Ca²+) e magnésio (Mg²+) são mais fortemente retidos do que os íons potássio (K+) e sódio (Na+).

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Esterco de peru - Alguns aspectos

Todo o vegetal precisa de vários nutrientes, a principal fonte desses nutrientes são captados pelas plantas diretamente do solo, por isso, é preciso manter o solo em boas condições químicas, físicas e biológicas para oferecer as plantas o máximo possível do que elas precisam para atingir a produção desejada. Para o enriquecimento do solo são utilizados várias fontes de nutrientes, entre elas os estercos de animais, um deles e que em algumas regiões é muito utilizado é o esterco de peru, que é importante fonte de nutriente e requer alguns cuidados na aplicação.

Como todos os estercos, o de peru precisa passar pelo processo de fermentação, ou seja, ele precisa ficar amontoado por cerca de 90 a 120 dias, até que o calor gerado no monte de esterco cumpra o processo de eliminação de possíveis sementes de invasoras e ou parasitas que podem estar junto as fezes. Outro objetivo da fermentação é para que esse processo não ocorra no solo, o que pode ocasionar prejuízos para as plantas. 

Uma recomendação é adquirir quando possível estercos de peru, oriundos de produtores conhecidos, verificando se este já passou pelo processo de fermentação, caso contrário é preciso fazê-lo. Em caso de dúvida se o esterco passou pelo período necessário de fermentação, é aconselhável amontoá-lo e verificar se está esquentando muito ou não, por isto, é importante o produtor planejar a compra com antecedência.

Frequentemente existem questionamentos quanto a qualidade de estercos adquiridos,  principalmente quanto a qualidade nutricional. A análise química é a única forma de esclarecer estas dúvidas e dar maior tranquilidade para aquele que está comprando, ou mesmo, quando se trata de utilização pelo próprio produtor, este procedimento gera custos, porém, em algumas situações é aconselhável faze-lo.

O esterco de peru quando comparado com o de frango que é mais comumente encontrado, geralmente leva algumas vantagens na quantidade de nutrientes, mas é importante observar o numero de lotes que foram produzidos em cima de cada "cama". 

Um bom motivo que justifica a realização de análise do esterco comprado é ter a informação mais confiável quanto a quantidade de nutrientes. Dando condições para o cálculo da quantidade adequada a ser aplicada, para atender as necessidades do solo, logicamente, o produtor que irá aplicar o produto também deve ter em mãos análise de solo e quando estiver com dúvida, deve buscar orientação técnica. 

No mercado encontra-se o adubo orgânico de peru peletizado que facilita a aplicação do produto, possibilitando a aplicação com os equipamentos de plantio que o produtor já possui, porém, é preciso avaliar a viabilidade econômica da aquisição deste insumos e levar em conta que os adubos orgânicos agem por um tempo maior no solo e contribui também para melhorias de aspectos biológicos e físicos.

Uma alternativa interessante é a utilização por até três safras com adubo de peru, depois utilizar por uma safra adubação química, e assim ir alternando. Outra opção é fazer uma porcentagem entre o químico e o esterco de peru, sempre tentando atender as necessidade apontadas na análise de solo, levanto em consideração a legislação ambiental e a viabilidade econômica. 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Dicas para fazer compostagem e dar destinação correta ao seu "lixo"

Uma prática recomendada e benéfica ao meio ambiente é a reciclagem de resíduos orgânicos, as empresas que produzem estes resíduos são obrigadas por lei a dar a destinação correta, já o "lixo" orgânico produzido nas residências geralmente são descartados para que a coleta seja feita por terceiros, nesse caso, alguns municípios já possuem coleta seletiva, outros não. 

Independente se na sua residência existe coleta seletiva ou não, a melhor forma de dar destino correto aos resíduos orgânicos é resolver o problema no local onde ele foi criado. Uma das melhores alternativas quando existe espaço suficiente é construir uma composteira, com isso, é possível transformar a maior parte do "lixo" orgânico em adubo de ótima qualidade.
lixo orgânico que pode virar adubo

Existem vários modelos de composteiras, mas para o processo de transformação dos resíduos orgânicos ser realizado com eficácia, é preciso entender e tomar cuidado com alguns detalhes, algumas informações importantes estão disposta abaixo e tem por objetivo auxiliar os interessados a ter sua composteira funcionando bem. 

a) Microrganismos: A transformação da matéria orgânica bruta em composto de boa qualidade é um processo microbiológico operado por bactérias, fungos e actinomicetes. Esses organismos precisam de condições adequadas para se multiplicarem.
b) Umidade: Fundamental a presença de água para o bom desenvolvimento do processo de compostagem. Entretanto, a escassez ou o excesso de água pode desacelerar a compostagem.
c) Aeração: A compostagem deve ocorrer por um processo aeróbio, além de mais rápida, não produz odores desagradáveis nem proliferação de moscas.
d) Temperatura: O metabolismo exotérmico dos microrganismos, durante a fermentação aeróbia, produz um rápido aquecimento da massa. Cada grupo é especializado e desenvolve-se numa faixa de temperatura ótima. Promover condições para o estabelecimento da temperatura ótima para os microrganismos é fundamental.
e) Relação Carbono / Nitrogénio (C/N): Os microrganismos absorvem os elementos carbono e nitrogénio numa proporção ideal. O carbono é a fonte de energia para que o nitrogênio seja assimilado na estrutura.
f) Preparo prévio da matéria-prima: O ideal é  encontrar um equilíbrio na granulometria não podemos utilizar partículas muito grandes e nem muito pequenas, é preciso que as partículas dos resíduos sejam grandes o suficiente para deixar entrar ar no meio da massa, porém, quando muito grandes elas fazem com que o processo seja mais lento.
g) Dimensões e formas das pilhas: Quanto ao comprimento, este pode variar em função da quantidade de materiais, do tamanho do pátio e do método de aeração. Já a altura da pilha depende da largura da base. Pilhas muito altas submetem as camadas inferiores aos efeitos da compactação. Pilhas baixas perdem calor mais facilmente ou nem aquecem o suficiente para destruir os patógenos. O ideal é que as pilhas apresentem seção triangular, com inclinação em torno de 40 a 60 graus, com largura entre 2,5 e 3,5 metros e altura entre 1,5 e 1,8 metros. Porém, quando a produção de "lixo" doméstico é pequena, deve-se adequar o tamanho da pilha, mesmo que a pilha não tenha o tamanho sugerido, o composto vai ser produzido, porém, o tempo deverá ser maior e pode ocorrer do composto não ter a mesma qualidade. Uma alternativa é utilizar minhocas e transformar estes resíduos em húmus.

O mais importante, é cada um buscar alternativas para dar a destinação correta para a maior quantidade possível de lixo produzida na sua residência, ou no seu local de trabalho, diminuindo a quantidade de "lixo" ou resíduos a serem coletados e destinados pela coleta pública. 

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Fórmula de fertilizante mineral- Como calcular

 Fechar 1.000 kg de uma fórmula de fertilizante químico, com o emprego de várias matérias-primas para fornecer os nutrientes NPK, nem sempre é uma tarefa fácil. Na indústria, os químicos e os assessores industriais trabalham no intuito de conseguir a melhor formulação, tanto do ponto de vista de qualidade e eficiência agronômica, atender às normas da Lei de fertilizantes como do ponto de vista econômico. Uma mesma formulação poder ter várias composições com diferentes matérias-primas, dependendo daquelas que a indústria tem em estoque. O importante é atingir os níveis de nutrientes propostos no registro da formulação no órgão competente. Toda fórmulade fertilizantes é calculada para 1.000 quilos da mesma.

Uma formulação de fertilizante 06-30-18 quer dizer que ela tem 6% de N, 30% de P2O5 e 18% de K2O. Isto é, em cada 100 kg da referida formulação teremos 6 kg de N, 30 kg de P2O5 e 18 kg de K2O. Em 1.000 kg teremos, respectivamente, 60, 300 e 180 kg de N, P2O5 e K2O.

Vamos a um exercício de como calcular as matérias-primas desta fórmula 06-30-18.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Como Interpretar as Formulações de Fertilizantes


Uma fórmula de fertilizante é uma composição de matérias-primas que fornecerá os nutrientes nitrogênio (N), fósforo (P) e o potássio (K) ou dois deles, daí surgindo, também, formulações NP, NK, PK. Uma formulação química 20-10-20 é uma formulação NPK, 20-00-20 é uma NK, 00-20-25 é uma PK. Existe uma legislação que norteia a produção destas formulações, a Legislação Brasileira de Fertilizantes. As formulações de fertilizantes devem apresentar garantias quanto à sua composição química. A concentração de nutrientes deve ser garantida em forma de percentual (%)
sobre o peso do produto.

Nitrogênio

O nitrogênio (N) corresponde ao N total contido no produto;

Fósforo
O fósforo é expresso na forma de P2O5 contido no produto. No caso dos fosfatos solúveis (acidulados) como os superfosfatos, DAP e MAP, o P2O5 deve ser garantido o P2O5 solúvel em citrato de amônio + água (CNA) e o P2O5 solúvel em água. No caso de formulações que contenham fosfatos acidulados e/ou parcialmente acidulados, o P2O5 é garantido pelo seu teor solúvel em CNA+água

No caso de fosfatos naturais, termofosfatos, escórias de desfosforação e farinha de ossos, o P2O5 é garantido o seu total e o solúvel em ácido cítrico a 2% na relação 1:100. veja que nos fosfatos solúveis, o P2O5 é garantido pelo teor solúvel em CNA+água, enquanto nos fosfatos naturais, termofosfatos, etc, o P2O5 solúvel em ácido cítrico a 2% na relação 1:100. Esta relação quer dizer 1 g de fosfato diluído em 100 g de ácido. 

E as formulações que contemplam fósforo oriundo de fosfatos naturais, fosfatos naturais reativos, termofosfatos, etc? Neste caso, o P2O5 é garantido pelo teor solúvel no ácido cítrico 2% 1:100. Se nesta formulação entrar, também, um fosfato acidulado, o P2O5 solúvel em água deve ser garantido.

Potássio
O potássio, expresso na forma de K2O, deve ser garantido pelo teor solúvel em água.


Numa formulação NPK o teor mínimo da soma dos três deve ser 24. Abaixo deste valor uma formulação NPK não pode ser registrada e, portanto, não comercializada.


Uma fórmula de fertilizante 20-20-10 deve ser lida como tendo 20% de N, 20% de fósforo na forma de P2O5 e 10% de potássio. Isto quer dizer que em cada 100 quilos da formulação temos 20 kg de N, 20 kg de P2O5 e 10 kg de K2O. Numa tonelada teremos 10 vezes mais, ou seja, 200 kg de N, 200 kg de P2O5 e 100 kg de K2O.

Para produção de uma formulação de fertilizantes, a indústria utiliza as matérias-primas disponíveis no momento. Como fonte de N, ela pode utilizar a uréia, o sulfato de amônio e outros nitrogenados. Como fonte de P2O5, utiliza os superfosfatos simples e triplo, o DAP e o MAP. O DAP e MAP são fontes de nitrogênio e fósforo devido a sua composição nitrogenada-fosfatada. Como fonte de K2O o mais utilizado é o cloreto de potássio.


Como calcular uma formulação de fertilizante.
Dependendo das matérias-primas utilizadas, uma formulação pode ser composta de diversas matérias-primas. Não existe uma fórmula padrão. Tudo vai depender das matérias-primas estocadas na fábrica e sua disponibilidade. Nós podemos ter uma formulação 20-10-20 composta de uréia, supertriplo e potássio, como uma outra 20-10-20 composta de MAP ou DAP, superfosfato simples e cloreto de potássio. Vejamos os exemplos no Quadro 1:

Cálculos: quantidade de MP x garantia do seu nutriente dividido por 1000. Exemplo: 300 kg KCl x 60 (% de K2O) dividido por 1000 = 18% de K2O

sábado, 6 de setembro de 2014

Orientações sobre adubação em laranjeiras

A adubação tem o objetivo de corrigir deficiências nutricionais que cada cultura possa ter, geralmente dúvidas surgem sobre como adubar cada cultura, esta postagem traz algumas informações sobre o tema, com foco na cultura da laranja, que é uma cultura de grande importância tanto na geração de renda de muitas famílias, como fonte de alimentos para subsistências.

É fundamental começar da melhor forma possível a implantação do pomar, escolhendo o local mais adequado possível, dando preferência para solos bem estruturados, com boa profundidade, bem drenados e com boa fertilidade. Antes da implantação do pomar é essencial a realização de análise do solo e fazer a correção indicada por profissional habilitado.

Em pomares já implantados é importante fazer avaliações do estado nutricional do pomar, fazendo análise visual, de solo, foliar e calcular a exportação de nutrientes realizada no processo de colheita e ou podas. O Fósforo (P) por exemplo deve ser incorporado, por isso em solos com deficiência a correção deve ser feita antes do plantio, após pomar implantado a adubação deve ser superficial, porém o efeito do fertilizante é mais lento.

Quando for realizar a adubação no pomar, deve-se cuidar em aplicar o adubo a uma distância aproximada de 50 centímetros do tronco,  com esse procedimento, evita-se o risco de danos a planta, esses danos são maiores em plantas jovens, pois podem ser geradas queimadoras sérias para planta, também  a partir desta distância é que as raízes que absorvem os nutrientes estão localizados.

Nitrogênio (N), deve ser aplicado com cautela e o produtor deve levar em conta que diferentes fontes de N também tem diferentes potenciais de acidificação do solo. O nitrogênio também pode quando em excesso  deixar à planta vulnerável a incidência ou agravamento de doenças e ou ataque de pragas e também causar outros impactos negativos ao meio ambiente, por isso, é importante entender quais as necessidades da planta e a partir desse conhecimento aplicar a dose necessária.

É recomendado no máximo a cada 5 anos realizar uma análise de solo e a cada 2 a 3 anos uma análise foliar, importante se o produtor tiver dúvidas de como fazer corretamente a coleta das amostras de solo e foliar, que se busque orientação técnica, pois esse procedimento é fundamental para obter bons resultados na atividade. Para correção de eventuais carências,  pode ser feito a correção através de adubação de solo e foliar, na adubação de solo, não deve ser usado grades para incorporar, pois afeta as raízes e causa prejuízos para planta, o recomendado é aplicar superficialmente, já a adubação foliar que tem efeito mais rápido para alguns nutrientes é recomendado observar o PH da água utilizada, sendo que o mesmo deve estar entre 5,9 a 6,5 e não misturar produtos a base de cobre ou enxofre junto aos nutrientes.

Um fator que muitas vezes não é levado em conta é o excesso de adubação, a planta necessita de equilíbrio de nutrientes e o excesso pode causar problemas sérios, como por exemplo a queda de frutos, outro aspecto negativo é o aumento do custo com adubação desnecessária.

As épocas e parcelamento da quantidade recomendada de fertilizantes são aspectos fundamentais, para melhorar o aproveitamento pela planta, diminuir os impactos negativos ao meio ambiente e não desperdiçar recursos financeiros, para ver informações sobre o tema acesse Época de adubar laranjeiras .


Obrigado pela visita!
Sidnei Dal"Agnol
Rural Atual

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Aplicação de calcário na cultura da melancia

 A aplicação de calcário no solo sem considerar os resultados da análise de solo, muito comum entre os agricultores, não é recomendada porque o pH poderá atingir valores acima de 7 e, consequentemente, ocasionar perda de N por volatilização, desequilíbrio entre os nutrientes Ca, Mg e K, reduzindo a absorção do último, e menor disponibilidade de Cu, Fe, Mn e Zn.

Embora haja um comportamento diferente entre as cultivares de melancia em relação ao pH, considerando o desenvolvimento da parte aérea e radicular, o cultivo desta olerácea se desenvolve satisfatoriamente em solos com pH na faixa de 5,5 a 6,8 e saturação por bases de 70%. Em solos ácidos, a utilização da calagem é essencial para promover a neutralização do alumínio trocável, que é um elemento tóxico às plantas, e aumentar a disponibilidade de fósforo, cálcio, magnésio e molibdênio. Mesmo em solos que não apresentem problemas de acidez, mas que contenham teores baixos de cálcio e magnésio, há necessidade de aplicação de calcário ou de outra Foto destes elementos, principalmente cálcio, cuja deficiência pode causar a podridão apical nos frutos ou “fundo preto”, como é conhecido popularmente esse distúrbio fisiológico.

 O calcário deve ser aplicado a lanço e incorporado ao solo por meio de gradagem, com antecedência mínima de 30 dias do plantio. Deve-se lembrar que a reação do calcário no solo, neutralizando sua acidez, só se processa na presença de umidade, e será mais lenta quanto mais grosseira for a granulometria de suas partículas. Na escolha do calcário, deve-se dar preferência ao calcário dolomítico, porque, além do cálcio, possui, também, teores elevados de magnésio.

É importante, ainda, que o calcário tenha um poder relativo de neutralização total (PRNT) elevado, igual ou acima de 80%. A quantidade de calcário, assim como a de fertilizante a ser aplicada, deve basear-se nos resultados da análise química do solo.

 Com base no resultado da análise química do solo, o cálculo da quantidade de calcário a ser aplicada poderá ser feito para a elevação da porcentagem de saturação por bases para 70% ou 80%, conforme a equação a seguir:

NC= (V2 – V1)T
100
Sendo:
NC= necessidade de calagem (t/ha);
V2= valor da saturação por bases desejada (%);
V1= valor da saturação por bases inicial do solo (%); (100*SB/T);
T= CTC a pH 7,0= SB + (H+Al) em cmolc/dm3.

A necessidade de calcário também poderá ser calculada pelo método da neutralização do Al3+ e da elevação dos teores de Ca2+ + Mg2+:

NC = {[2 x Al + [3 – (Ca + Mg)]x f}

Sendo:

NC= necessidade de calagem (t/ha);
Al= teor de alumínio trocável do solo (cmolc/dm3);
Ca= teor de cálcio trocável do solo (cmolc/dm3);
Mg= teor de magnésio trocável do solo (cmolc/dm3);
f= 100/PRNT;
PRNT= Poder Relativo de Neutralização Total do calcário.

A escolha do método deverá ser baseada em critérios técnicos, como textura e capacidade tampão do solo. É recomendado sempre que o produtor busque assistência técnica para obter orientação adequada quanto a coleta das amostras para análise, interpretação e aplicação do produto escolhido para a correção.

Fonte: Embrapa

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Adubação de nitrogênio e potássio em parreiras

O uso de adubação química para fornecimento de nitrogênio e potássio para parreiras exige alguns cuidados, principalmente para o melhor aproveitamento da planta e menores impactos ambientais, culminando com melhores resultados na produção. Esses dois elementos são aplicados em cobertura par atender as necessidades das plantas, mas sempre é recomendado que o produtor atente para práticas que introduzam e mantenham um bom nível de matéria orgânica no solo, esse cuidado diminui a necessidade de utilização de adubos químicos.

Porém quando o produtor já possui em mãos resultados de análises químicas de solo e folha, onde existe a constatação da necessidade de aplicação de (N) e (K), por alguma deficiência nutricional é recomendável que sejam adotados alguns cuidados para melhorar a eficiência desses químicos. Sempre aplica-se o adubo em local onde exista maior concentração de raízes e umidade, fazendo-se logo em seguida uma pequena incorporação do adubo, cuidando para agredir o mínimo possível o sistema radicular. 

O nitrogênio deve ser parcelado em aplicações na seguintes proporções:  30% no período que compreende a poa até a brotação incial, mais uma aplicação de 30% no período em que é feita a desbrota e pré-floração, e os outros 40% depois da floração e em quanto a a baga está em crescimento. 1/3 do nitrogênio que seria aplicado no período de pré floração pode ser aplicado cerca de 20 dias antes da poda. 

Para potássio, as doses devem ser parceladas em 30% na fundação (15 a 20 dias antes da poda) ou parcelada em aplicações no período de brotação até o florescimento, 15% no período de pós-floração, 15% durante o crescimento da baga e 40% no período de amolecimento da baga (uva).


sábado, 19 de outubro de 2013

Adubação Foliar - micronutrientes nas culturas da soja e milho

Cultura da soja


De todos os micronutrientes necessários ao desenvolvimento da soja, o molibdênio (Mo) e o cobalto (Co) são os mais importantes. Eles exercem um papel fundamental na fixação do nitrogênio (N) do ar pelas bactérias do gênero Rhysobium que necessitam de ambos nutrientes. Os solos brasileiros, em geral, são pobres em molibdênio e cobalto. 0s solos dos cerrados são os mais pobres. Já os s
olos do Rio Grande do Sul e Paraná apresentam teores maiores de cobalto (Co) e menores de molibdênio (Mo). Daí a utilização de maiores concentrações de molibdênio. A soja responde muito bem às aplicações de molibdênio com altas produtividades. Em solos com pH abaixo de 5,5 e a soja apresentando sintomas de deficiência na fase inicial de desenvolvimento, pelo amarelecimento das folhas, ocasionada pela baixa eficiência das bactérias Rhysobium na fixação do nitrogênio do ar, é resolvido com aplicações de molibdênio. A utilização em excesso de cobalto provoca um amarelecimento das folhas da soja na fase inicial de desenvolvimento. O excesso de cobalto inibe a ação do ferro (Fe).

A pesquisa, através da Embrapa, recomenda a utilização destes micronutrientes, seja no tratamento de sementes ou via foliar.

O tratamento de sementes é feito com 12 a 25 g/ha de Mo e 1 a 5 g/ha de Co. Uma aplicação média de cobalto de até 3 g/ha, é uma dose segura para evitar a fitotoxidez para a soja. Quando o molibdênio é aplicado nas sementes, ele deve preceder a inoculação das mesmas. Na aplicação foliar, utiliza-se 30 g/ha de Mo, 20-35 dias após a emergência. Uma aplicação é ótimo, se bem que os dois tratamentos (sementes e foliar) sejam importantes. Em solos arenosos deve-se usar a dose mais elevada. No caso da soja destinar-se à produção de sementes é recomendável fazer mais uma aplicação na época de enchimento dos grãos, pois estaremos garantindo teores maiores de molibdênio na semente, o que garantirá uma melhor fixação de nitrogênio do ar na próxima germinação das mesmas. Os teores de molibdênio devem ser maiores que 2 mg/kg de semente, já que de 1 a 2 mg/kg é considerado baixo. Como fonte de molibdênio solúvel em água pode-se utilizar o molibdato de amônio (54% de Mo) e o molibdato de sódio (39% de Mo). Os produtos devem ser quelatizados, pois garantem a maior estabilidade, compatibilidade com defensivos e melhor aproveitamento pelas bactérias Rhysobium e, consequentemente, pela planta.

ATENÇÃO: como o molibdênio não pode ser quelatizado isoladamente, o melhor é fazê-lo com o cobalto.

Atentar para o fato de que algumas matérias-primas de molibdênio e cobalto não podem ser utilizadas quanto a sua compatibilidade com o Rhysobium. Ler os rótulos e bulas dos produtos.
Onde existe integração lavoura-pecuária deve-se cuidar o teor de molibdênio nas pastagens. Com a elevação do pH do solo quando se faz a calagem, o Mo tem a sua disponibilidade aumentada podendo afetar o metabolismo do cobre (Cu) em ruminantes. Quando o teor de Mo nas partes aéreas das plantas atingir 5 mg/ha, deve-se suspender a sua adição ao solo.

Como no Brasil os solos são ácidos, a calagem torna-se necessária. A elevação do pH do solo torna o manganês (Mn) menos disponível para as plantas, ocorrendo os sintomas de deficiência traduzida pelo amarelecimento da planta. O manganês é responsável pelo aumento da produtividade, melhor germinação, pelos teores de proteína e óleo. Para corrigir a deficiência de manganês utiliza-se aplicações foliares de 500 g de Mn no início do florescimento. Isto soluciona o problema. Poderão ser necessárias até duas aplicações. Por sua vez, o manganês pode ser quelatizado. Entretanto, o quelato deve estar especificado no rótulo. Na complementação foliar, as doses recomendadas são de 150g/ha de quelatizado na forma de nitrato ou cloreto de manganês; 250 g/ha quelatizado na forma de sulfato de manganês.

Outro micronutriente, o boro (B) é aplicado via foliar na flor da soja. Isto melhora a fecundação prevenindo o abortamento de flores e vagens. Este abortamento ocasiona uma redução drástica da produtividade e a prevenção com boro evitará este sério problema. O produto deve ser aplicado antes da florada. O nutriente cálcio ajuda na função do boro. Podem ser aplicados até 500 g de boro.

Quanto aos micronutrientes cobre (Cu), ferro (Fe) e zinco (Zn) devem ser aplicados até o florescimento da plantas. O zinco emprega-se de 50 a 150 g/ha. Quanto ao cobre, a dosagem é de 50 a 100 g/ha.
Os adubos foliares que contêm Mn na sua composição, quando em misturas com herbicidas, provocam uma reação química no tanque de pulverização formando precipitados que causam entupimentos dos filtros e dos bicos dos pulverizadores. Há um prejuízo na operacionalidade das pulverizações. Consulte o seu técnico – existem no mercado produtos que foram testados e que melhoram a incompatibilidade.

A adubação foliar não é somente para a cultura da soja. O crescimento da área cultivada com algodão nos cerrados, o aumento do uso de zinco na cultura do milho, o aumento do número de pulverizações fitossanitárias na laranja e o uso de fertilizantes minerais têm contribuído para o aumento do consumo de fertilizantes foliares.

Cultura do milho


O manganês (Mn) é aplicado quelatizado e na forma de sais. Deve ser aplicado quando a planta de milho apresentar 6 folhas. Em híbridos de milho que são suscetíveis à deficiência de Mn, de


O cobre (Cu) é empregado na dose de 400g/ha divididos em três (3) aplicações:
200g/ha no estágio de 4-5 folhas;
100g/ha no estágio de 7 folhas;
100 g/ha no estágio de 8 folhas.

Quanto ao zinco (Zn) usam-se doses de 100 a 400g/ha quelatizado e na forma de sais que são aplicados junto com inseticida para a lagarta do cartucho (entre a 4ª e 5ª folha).

Fonte: Na Sala com Gismonti
Clipping

sábado, 28 de setembro de 2013

Aplicação de nitrogênio em plantas - Algumas considerações

O nitrogênio (N) é fundamental para o desenvolvimento das plantações e consequentemente para produção de alimentos, algumas plantas tem a capacidade de capturar o nitrogênio que necessita da atmosfera, já outras culturas não tem essa capacidade e para alcançar bons níveis de produção necessitam receber o elemento via aplicação de adubos químicos ou através de fontes orgânicas.

Quanto a aplicação de adubos nitrogenados em nossa região, a Ureia é a mais utilizada, ela apresenta cerca de 45% de (N) na formula e estima-se que cerca de 50% apenas é aproveitado pela planta, o restante é perdido principalmente por volatilização e lixiviação. As perdas por volatilização são agravadas quando aplicado em dias quentes, assim com as perdas por lixiviação ocorrem em períodos muito chuvosos e agravados quando o solo tem pouca palhada, para ter uma ideia, é comum nas lavouras atuais ocorrerem perdas que podem chegar aos 70%, isso significa que além do dano ambiental, o produtor também tem grande perda de dinheiro, pois perde parte do insumo comprado e a cultura deixa de produzir mais por não receber a quantidade total de (N). 

Algumas ações proporcionam menor perda de nitrogênio, entre elas a aplicação parcelada, que melhora a eficiência do insumo utilizado, mas demanda de mais custo operacional, também a incorporação a uma profundidade de 2 a 3 cm, por meio mecânico ou irrigação são práticas possíveis, mas muitas vezes são complexas. Outra possibilidade de melhorar o aproveitamento do (N) é a aplicação de fontes como o Nitrato de amônia e do Sulfato de amônia, que fazem a liberação mais lenta, o problema é que geralmente essas fontes de nitrogênio tem custo mais elevado ao produtor.

São vários os fatores por exemplo que proporcionam perdas de nitrogênio: temperaturas elevadas, baixa CTC do solo, alta dosagem de ureia aplicada de uma só vez, compactação do solo, acúmulo de água, pouca cobertura vegetal do solo, pH do solo maior que 7,0. Devido aos vários fatores relacionados anteriormente é que é recomendado o parcelamento das doses de N, a utilização de fertilizantes que fazem a liberação mais lenta ou mesmo controlada de N, o produtor deve buscar aprofundar o conhecimento das alternativas existentes em sua região e dialogar com a assistência técnica para encontrar a melhor opção para sua lavoura.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Esterco de galinha e seus benefícios

O esterco de galinha é rico em nitrogênio, elemento muito importante para o desenvolvimento e produção das plantas, geralmente o esterco de aves vem misturado com maravalha, produto que é utilizado para fazer uma "cama" para as aves. Praticamente toda a maravalha se decompõe com o processo de fermentação gerado pelo alto teor de nitrogênio, um dos cuidados que o produtor deve ter é com a origem da maravalha, pois algumas industrias de móveis disponibilizam aos avicultores maravalha que sofreu tratamento com conservante Pentaclorofenol que é extremamente cancerígeno e que não desaparece no processo de fermentação. 

Em uma criação de frangos que são retirados do aviário após 40 dias, é gerado cerca de 2 kg de esterco por ave, então se pegarmos como exemplo um aviário com 20 mil frangos, teremos uma produção aproximada de 40 toneladas de esterco. Esse esterco através do processo de compostagem se torna uma ótima opção de adubação para várias culturas e além de fornecer macro e micro elementos para as plantas, também auxilia no aumento da matéria orgânica no solo. 

A compostagem é processo fundamental para o aproveitamento da cama de aviário, que além do esterco conta com outros componentes como: maravalha, penas, restos de ração, etc, caso a cama de aviário não passe por compostagem, pode ocorrer danos as plantas e ao ambiente, podendo ocorrer o aumento de temperatura do solo, queima de raízes, proliferação de agentes biológico nocivos as culturas, proliferação de moscas, contaminação química da água, entre outros males ao meio ambiente.

Como benefícios principais do uso do esterco ou cama de aviário, destaque para o potencial em fornecer elementos químicos como Nitrogênio, cálcio, fósforo, magnésio entre outros, também a matéria orgânica fornecida ao solo favorece a melhor estruturação do solo, fazendo com que ele retenha mais água, as plantas sofrerão menos com curtos períodos de falta de água, além de favorecer a proliferação de micro-organismos benéficos e minhocas. 

Importante para definição de quantidade de esterco curtido a ser utilizado em determinada cultura é saber quais as reais necessidades das plantas, isso consegue-se com análise foliar em algumas espécies e análise de solo, pode ser agregado também a análise visual e histórico das lavouras. Importante saber que os estercos demoram um pouco mais para fazer efeito se comparados com os adubos químicos tradicionais aplicados via solo, porém a médio e logo prazo os estercos oferecem vantagem. Após saber quais as deficiências nutricionais das plantas é importante também fazer uma análise do esterco (cama) que vai ser utilizado, para saber qual a sua real composição, pois pode ocorrer variações significativas entre diferentes camas de aviário, isso se deve ao numero de lote que foi criado sobre determinada cama e tipo de alimentação.

Veja também:
Presença de moscas no composto
Controle da temperatura no composto

Publieditorial: E-books ensina de maneira prática como reduzir consumo de água Veja e-books

sábado, 8 de junho de 2013

Tipos de Corretivos da Acidez do Solo e suas Características

Na calagem podem ser utilizados vários produtos para neutralizar a acidez do solo, ou seja, carbonatos, óxidos, hidróxidos e silicatos de cálcio e magnésio. Os corretivos têm a característica de diminuir os teores de H+ e Al³+ na solução do solo. A adição de corretivos no solo provoca a substituição do H+ e do Al³+ por cátions básicos. Os principais produtos corretivos da acidez do solo são:

Calcário Agrícola


O calcário é o produto mais utilizado pelos agricultores na neutralização da acidez do
solo. A calagem, prática de aplicar calcário no solo, é importante para eliminar a acidez do solo, criando condições favoráveis para a melhoria da fertilidade do solo, disponibilizando os nutrientes necessários às plantas. O calcário é obtido pela moagem de rochas calcárias, cujos componentes são carbonato de cálcio (CaCO3) e carbonato de magnésio (MgCO3).
A ação neutralizante do calcário se deve às seguintes reações:


Por que se recomenda aplicar calcário com antecedência, geralmente, de 30 dias ao plantio?
Pelo motivo que nessas reações, o CO3 é uma base fraca e, consequentemente, a formação de íons OH- é lenta. Além de um adequado teor de água no solo para que os corretivos de acidez possam reagir. Os calcários podem ser calcíticos, em que predomina o carbonato de cálcio (CaCO3), e dolomíticos quando são constituídos de carbonato de cálcio e de magnésio (CaMgCO3). Os calcíticos podem ter até 5% de MgO e os dolomíticos acima de 12% de MgO. Os magnesianos são aqueles que possuem de 5 a 12% MgO. Isso é importante na escolha do corretivo para aplicar no solo. Solos deficientes em cálcio e com bons teores de magnésio, a preferência deve ser para os calcíticos. Solos deficientes em magnésio, a busca deve ser pelo calcário dolomítico. Muitas vezes, para manter a relação Ca/Mg ou mesma aumentá-la, há necessidade de uma mistura de dolomítico e calcítico para atingir os níveis de Ca e Mg que se deseja.
Como aumentar ou manter, pela calagem, a relação Ca/Mg

Resultados de pesquisa mostram que calcários com teor de 10% de carbonato de magnésio é o suficiente. Em solos arenosos, há deficiência desse nutriente.
As recomendações de calagem, preconizadas pela pesquisa oficial, são de um calcário com PRNT de 100% aplicado e incorporado na camada de 0-20 cm do solo. Quando o PRNT do calcário está abaixo desse valor, o agricultor deve fazer a correção da quantidade estabelecida. Para obter o fator de correção, divide-se 100 pelo PRNT do calcário. Exemplo: Uma análise de solo recomenda aplicação de 3 t/ha de calcário com PRNT 100% e na profundidade de 0 - 20 cm do solo. O calcário comprado possui 78% de PRNT e a camada a ser aplicada é de 10 cm de profundidade.
fator de correção (f) = 100/78 = 1,28
3 t/ha x 1,28 = 3,84 t/ha. Isso seria para uma camada de 0-20 cm de solo. Como no exemplo acima, se a camada fosse  de 10 cm, deveríamos aplicar a metade, ou seja, 1,92 t/ha.
Qual a importância do PRNT do calcário
Custo da tonelada efetiva de um calcário"
Influência do PN na qualidade do calcário
Resultados de análises de solos têm mostrado uma relação Ca/Mg de 1:1. Isso é devido à utilização, em maior proporção, de calcários calcíticos em detrimento dos dolomíticos. As causas mais prováveis desse fato podem ser várias: ou na calagem é recomendado a aplicação de calcário sem estabelecer qual tipo; ou as jazidas mais próximas do produtor são, em grande parte,  de origem calcítica; ou o preço do calcítico é mais barato que o dolomítico. Cabe ao engenheiro agrônomo e o consultor da propriedade verificarem qual a necessidade de calcário, com cálcio ou cálcio mais magnésio.
Para serem registrados e comercializados, os calcários devem apresentar as seguintes garantias mínimas:
PRNT de 45%, soma de CaO e MgO igual a 38% e PN de 67%. Qualquer valor abaixo impede o registro do produto e, portanto, não liberado para comercialização.

Óxidos


A cal virgem agrícola é produzida pelo aquecimento do calcário em grandes fornos. Há emissão de CO2.
Nessa reação há liberação imediata de OH- conferindo a neutralização.


A cal virgem é um corretivo de ação imediata, e ela pode causar prejuízos às sementes, às plântulas e aos microorganismos, pela geração de calor. Para evitar esses prejuízos a cal virgem deve ser aplicada com antecedência ao plantio. Na aplicação, a água do solo é absorvida, gerando a formação de grânulos endurecidos, constituídos de uma capa de Ca(Mg)CO3. A cal virgem dolomítica pode apresentar 60% de CaO e 30% de MgO, além de um PRNT de 180%.
A quantidade recomendada para um PRNT 100%, com o uso de cal virgem essa quantidade será reduzida. Por quê? Porque a cal virgem tendo um PRNT no mínimo de 120%, o fator (f) de correção da quantidade será igual a 100/120 .'. f = 0,83. Uma quantidade recomendada de 5 t/ha seria reduzida para 4,15 t/ha (5 x 0,83). Resta confrontar o preço para ver se é vantajoso. Quanto maior o PRNT da cal virgem menor a quantidade recomendada. 
A cal virgem agrícola para ser comercializada, de acordo com a Legislação brasileira de corretivos, deve apresentar as garantias  mínimas de 125% de PN, soma de CaO + MgO de 68% e PRNT de 120%.

Hidróxidos


Aqui encontramos a cal hidratada (Ca(Mg)(OH)2 ou cal extinta, que são hidróxidos resultantes da hidratação da cal virgem. O hidróxido de cálcio é um pó branco com um grau de pureza de 95%. Em contato com a umidade do ar pode acontecer a carbonatação.


Por ser muito fino, sua aplicação a lanço não é muito confortável. A ação do hidróxido de cálcio é imediata por causa da dissolução do mesmo. 
A cal hidratada agrícola deve apresentar garantias mínimas: PN de 94%, soma de CaO e MgO de 50% e PRNT de 90%.

Silicatos 


São resíduos das indústria de aço, escórias, que contêm silicatos de cálcio e/ou magnésio. Esses produtos têm ação neutralizante devido aos silicatos de Ca e Mg.



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domingo, 14 de abril de 2013

Calcário para Aplicação na Forma Líquida

O calcário líquido apresenta uma maior facilidade de aplicação do que o calcário pó. A absorção pelas raízes das plantas é mais eficiente porque a nanotecnologia permite que partículas menores (nano partículas) que as células sejam absorvidas pelas espécies vegetais. A propaganda do produto diz que a eficiência do produto é 100%, e pode ser aplicado em qualquer período do ano. Em qualquer período vai depender da climatologia, porque ele necessita de precipitação pluviométrica ou irrigação na época da aplicação.

A aplicação do calcário líquido elimina aquele desconforto provocado pela poeira que se forma durante a aplicação do calcário pó.

O que é Nanotecnologia?


Segundo Nanotech, "nanotecnologia é a possibilidade de manipular átomos e moléculas, ou seja, colocar cada átomo e cada molécula no lugar desejado, permitindo criar novas utilidades para insumos. Em outras palavras, é a possibilidade de manipular a matéria conscientemente ao nível nano, ou seja, de zero a cem nanômetros (um bilionésimo de metro chama-se “nanômetro”. ”Nano” é um prefixo que vem do grego antigo e significa “anão”). Um bilionésimo de metro é muito pequeno, imagine uma praia começando em Salvador, na Bahia, e indo até Natal, no Rio Grande do Norte. Pegue um grão de areia nesta praia. Pois bem, a dimensão desse grão de areia está para o comprimento destas praias, como o nanômetro está para o metro.

Segundo euroresidentes, a nanotecnologia é a capacidade potencial de criar coisas à partir do mais pequeno, usando as técnicas e ferramentas que estão a ser desenvolvidas nos dias de hoje para colocar cada átomo e cada molécula no lugar desejado. Se conseguirmos este sistema de engenharia molecular, o resultado será uma nova revolução industrial.  
Nota: Essas duas afirmações foram copiadas integramente dos artigos dos autores (ver referências).

Segundo Trani (2012), pesquisador do IAC, o calcário líquido é um produto em suspensão com nano-partículas, cerca de 900 vezes menores que as partículas do calcário comum.

Vantagens do calcário líquido


1. Fácil manuseio e aplicação;
2. Apresenta 18% de Cálcio e 6% de Magnésio;
3. Neutraliza o alumínio (Al³) tóxico;
4. Não necessita incorporação no solo, apenas irrigação ou chuva;
5. Proporciona melhores condições no solo para o aumento da eficiência dos fertilizantes aplicados;
6. Cria condições ideais para o aumento de produtividade das plantas;
7. O produto não é tóxico, mas exige cuidados no manuseio e aplicação.

Como aplicar o calcário líquido?


O produtor deve fazer a análise do solo para saber a necessidade de calcário. A propaganda comercial do produto diz que para cada 1 tonelada de calcário pó são necessários 5 L de calcário líquido. O produto deve ser pré-diluído antes de aplicar. A calda deve ser feita em 300 L de água ou conforme recomendado na região. A aplicação do calcário líquido com outros produtos não é recomendável. A aplicação deve ser feita em períodos com 30 a 40 mm de chuva ou com irrigação.

Resultados oficiais da pesquisa


Pesquisas com o uso de calcário líquido são muito raras. O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) iniciou essa pesquisa no primeiro semestre de 2012, através do pesquisador Sandro R. Brancalião. Ele diz que esse produto, embora sem restrição de uso nas lavouras, pode ser uma alternativa para fornecimento de Ca e Mg em cana soca.
A pesquisa é fundamental para estabelecer parâmetros de quantidade de produto a aplicar e análises econômicas em comparação aos corretivos em pó, amplamente pesquisados.

A EMATER de Roraima tem instalado unidades de observação e demonstrativa para a utilização do calcário líquido junto aos assentados da reforma agrária na região de Buritis.

Maior quantidade de trabalhos de pesquisa são necessários, pois cada tipo de solo tem um diferencial em relação à planta. A fertirrigação pode tirar vantagens com a aplicação desse produto, bem como a agricultura de precisão.

REFERÊNCIAS

EMATER / RO. Melhoria da qualidade do solo com correção da acidez. Porto Velho, Roraima.
Disponível em: <http://www.emater-ro.com.br/galeriaDetalhe.php?id=517> Acesso em: 09 Abr. 2013.

Euroresidentes. Introdução à nanotecnologia. O que é nanotecnologia?. Disponível em: <http://www.euroresidentes.com/futuro/nanotecnologia/nanotecnologia_responsavel/introducao_nanotecnologia.htm>  Acesso em: 9 abr. 2013.

INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS. IAC pesquisa corretivo de solo líquido. Disponível em: <http://www.paginarural.com.br/noticia/178549/iac-pesquisa-corretivo-de-solo-liquido> Acesso em: 9 abr. 2013.

Nanotech do Brasil. O que é nanotecnologia?. 2009. Disponível em: <http://www.nanotechdobrasil.com.br/o-que-e-nanotecnologia/>  Acesso em: 9 abr. 2013

TRANI, P. E. Calagem e adubação para hortaliças sob cultivo protegido. Centro de Horticultura, IAC. 2012. Campinas, São Paulo. Disponível em: <http://www.iac.sp.gov.br/imagem_informacoestecnologicas/79.pdf> Acesso em: 08 Abr. 2013.

Fonte: Na Sala com Gismonti
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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Fertilizantes Nitrogenados de Liberação Controlada

No solo, o nitrogênio (N) encontra-se, na maior parte, nas formas orgânicas que são mineralizadas pela atividade dos microorganismos. O nitrogênio (N) é exigido pelas culturas em maior quantidade, em relação ao trio NPK.
As recomendações de N, em kg/ha, baseiam-se na quantidade extraída pela cultura, e nas transformações que ocorrem no solo, como: mineralização, lixiviação, volatilização, nitrificação, etc.
A forma N-nítrica é a que predomina no solo, permanecendo na solução, favorecendo a lixiviação para as camadas mais profundas, longe do alcance das raízes da planta. A lixiviação é a principal perda de N disponível para a planta. A eficiência dos adubos nitrogenados é em torno de 50%, devido às perdas dos nitratos por lixiviação ou do óxido nitroso para a atmosfera.
O excesso de nitratos lixiviados causa sérios problemas ao meio ambiente, e uma perda de recursos econômicos pelo produtor rural, no emprego de maiores dosagens de fertilizantes. Para minimizar estas perdas, existem fertilizantes nitrogenados de liberação controlada que podem estar revestidos ou estabilizados com inibidores da nitrificação ou com inibidores da urease. Eles vão liberando N durante o ciclo de absorção pela planta.
O potássio (K) também está sujeito à perdas por lixiviação que são maiores em solos arenosos, ou solos com baixa CTC, devido aos baixos teores de argila e de matéria orgânica. Os fertilizantes de liberação controlada de N podem ser:

1. Inibidores ou de estabilização
Estes reduzem as perdas de N porque demoram mais a converter o N em formas que seriam facilmente perdidas. A proteção pode durar dias, semanas e o efeito residual aparecerá se houver condições reais para as perdas.
2. Não revestidos, mas de disponibilidade lenta
Há uma necessidade de decomposição bioquímica dos compostos, que atrasam a disponibilidade de N. A proteção dura de semanas a meses.
3. Fertilizantes solúveis revestidos
Eles protegem o nutriente. São produtos com N na forma tradicional, mas revestidos. Podem ser revestidos com enxofre (S) ou com polímeros. No caso do revestimento com enxofre (S) há necessidade de romper o revestimento que dependerá de sua espessura, e das condições ambientais.

Além das perdas de N por lixiviação, volatilização, etc, a acidificação do solo é outro problema. Os fertilizantes nitrogenados, devido ao processo de nitrificação, aumentam a acidez do solo. Todos os fertilizantes nitrogenados, sejam convencionais ou de liberação controlada, provocam a acidificação do solo, pois passam pelo processo de nitrificação liberando o íon H+. O sulfato de amônio, após 60 dias, apresenta o maior grau de acidificação do solo, porque o N-amoniacal passa rapidamente para a forma N-nítrica, liberando quatro (4) íons de H+.  Aumentando a dose de N no solo, o pH diminui proporcionalmente. A incorporação dos adubos nitrogenados no solo seria a alternativa para diminuir as perdas e reter mais N-amônio. Porém, no Sistema de Plantio Direto isto seria incompatível.
ANJOS e TEDESCO (1976) estudando a volatilização de amônia da uréia e do sulfato de amônio, concluíram que a uréia apresentou as maiores perdas em solo descoberto.
Da Ros, Clovis Orlando; Brum, Angelo Marcos; estudaram a produção de trigo com diferentes fontes de N (uréia, sulfato de amônio e Sulfammo), em Cruz Alta/RS. Além destas três fontes, os tratamentos constaram, também, da utilização do dobro de uréia e outro sem N. Aplicaram, também, fontes de P e K. A conclusão foi que não houve diferenças significativas no rendimento de trigo com o emprego das diferentes fontes de N. Ressaltaram que o trigo foi plantado sobre área colhida com soja, cujos resíduos mineralizados podem ter beneficiado o cereal.
A EMBRAPA, realizou experimentos na cultura do algodão, no oeste da Bahia (2008/2009), com fontes de N (uréia, nitrato de amônio, sulfato de amônio, uréia super N, e Sulfammo). A uréia super N possui 44% de nitrogênio, é revestida com inibidores de urease e apresenta liberação lenta. Este efeito inibidor da urease pode durar 14 dias. Recomendam analisar o custo com a aplicação dos produtos uréia super N e Sulfammo.
A utilização de fertilizantes de liberação controlada ou lenta de nutrientes pode ser uma alternativa para diminuir as perdas. Contudo, é bom levar em consideração os resultados de pesquisa com estas fontes diferenciadas de N, pois, em alguns experimentos, não houve diferenças significativas em relação às convencionais.
Quanto o agricultor poderia diminuir na dosagem? Qual o custo-benefício que estas fontes promoveriam em relação às convencionais? São respostas que o técnico, ao recomendar uma adubação, deverá ter em mente. Tem-se que verificar a eficiência dos adubos de liberação controlada, em relação ao convencional, para se estimar o quanto de N poderá ser diminuído na aplicação e que se traduzirá em diminuição no custo do fertilizante empregado pelo produtor rural. É claro que estudos mais avançados deveriam ser feitos para avaliar as perdas: utilização de lisímetros, colheita dos lixiviados após cada rega, e análise dos lixiviados para determinar os nitratos.