sexta-feira, 5 de novembro de 2010

AgraFNP eleva safra de soja 10/11 do país para 68 mi t

       SÃO PAULO (Reuters) - A safra de soja do Brasil 2010/11 foi estimada em 68 milhões de toneladas pela consultoria AgraFNP, que elevou a sua previsão em relação aos 67,2 milhões de toneladas previstos em outubro.
Na temporada anterior, o Brasil produziu um recorde de 68,7 milhões de toneladas.

      O analista Aedson Pereira disse nesta sexta-feira (5) que o aumento na produção esperada ocorre em função de um crescimento na área, em relação à previsão anterior, e também pela expectativa de uma produtividade maior do que a estimada em outubro.

     A consultoria agora espera uma produtividade média para o país de 2.820 quilos por hectare, contra 2.802 quilos/ha anteriormente, em uma área plantada de 24,1 milhões de hectares, ante 23,9 milhões de hectares na previsão de outubro.

     "Aumentamos a área com a boa evolução do plantio no Sul do país", afirmou Pereira, acrescentando que as chuvas também melhoraram as perspectivas de semeadura no Norte e Nordeste.

     A produtividade esperada, entretanto, está bem abaixo do recorde obtido na safra passada, quando o Brasil colheu média de 2.928 quilos por hectare.

    "Estamos cautelosos, a safra está sob influência do La Niña", declarou ele, explicando que o fenômeno climático tende a trazer períodos de seca para a região Sul durante o verão.

    No último ano de La Niña, em 2008/09, a produtividade média do país foi de somente 2.640 kg por hectare, com uma seca nos Estados produtores do Sul.
 
     A AgraFNP também elevou ligeiramente a previsão de produção de milho no verão, para 29,4 milhões de toneladas, ante 28,7 milhões de toneladas na previsão de outubro

    A área estimada agora é de 7,2 milhões de hectares, ante 7,1 milhões na previsão anterior, mas ainda uma queda de 7 por cento ante a temporada passada.

    "Preços melhores amenizaram a queda de área no Rio Grande do Sul... Em São Paulo, muita gente reduziu menos a área que o esperado", declarou Pereira.

    Com preços baixos do milho na época preparatória para o plantio, boa parte dos agricultores deixou o cereal de lado. Mas recentemente os preços reagiram, e alguns produtores estão optando por semear o grão.