sábado, 24 de novembro de 2012

Ovelhas - Acasalamento e práticas pós-parição

Constitui a fase inicial do processo reprodutivo das ovelhas. A reprodução é considerada a via mais rápida e econômica para aumentar a produção ovina. O maior número de cordeiros obtidos sem custo adicional de insumos e mão de obra, permite mais cordeiros para venda e maior possibilidade de substituição de animais menos produtivos. No acasalamento, devem ser considerados os seguintes aspectos:
a) Época: varia nas diversas regiões e segundo a raça dos animais. Todavia três aspectos essenciais devem ser considerados:
  • Deve corresponder à época de maior atividade sexual das ovelhas e produção de sêmen dos carneiros;
  • Nascimento dos cordeiros deve coincidir com um clima favorável para sua sobrevivência e com disponibilidade de forragem suficiente para assegurar uma boa lactação da ovelha;
  • Momento da venda dos produtos deve ser favorável com os preços de mercado e comercialização;
  • No Rio Grande do Sul, a época mais adequada é o outono, independente de raça.
b) Duração: 45 dias é considerado um período satisfatório para a época adequada. Nas borregas este espaço de tempo pode ser aumentado para 60 dias. Neste período de tempo, as ovelhas têm duas oportunidades para serem servidas, pois apresentam cio a cada 17 dias e o período de parição fica suficientemente concentrado para produzir uma produção de cordeiros com idade uniforme, permitindo, assim, um controle e manejo adequado na parição das ovelhas.
c) Alimentação: ovelhas com boa condição corporal ao acasalamento apresentam maior taxa de concepção e maior taxa de ovulação e, conseqüentemente, maior número de cordeiros nascidos. No caso de borregas, o peso mínimo para serem acasaladas, independente de sua idade, é aproximadamente 40 kg para as raças produtoras de lã.
d) Número de carneiros a usar: não existe uma recomendação específica que possa ser aplicada em todas as propriedades. Entretanto, 2% a 3% de carneiros em relação à quantidade de ovelhas é o suficiente, segundo Selaive-Villarroel (1980). Na determinação do número de reprodutores a ser usado, deve-se considerar diversos fatores, como: tamanho, topografia e alimentação disponível do potreiro de acasalamento, número de ovelhas no potreiro e idade dos animais. Em linhas gerais, potreiros grandes, com poucas ovelhas, necessitam de maior número de caneiros do que num potreiro pequeno, com igualou maior número de ovelhas. Assim, por exemplo, para um rebanho de 300 ovelhas acasaladas num potreiro de 100 ha, seis carneiros (2%), podem ser suficientes. O mesmo rebanho pode precisar de 7 a 9 carneiros (3%), se o acasalamento for em potreiros de 200 a 300 ha. Quando possível, recomenda-se acasalar as borregas em potreiros separados e com maior número de carneiros. O mais importante é o uso de carneiros clinicamente sadios e de fertilidade comprovada. Neste sentido, deve-se fazer um exame de fertilidade dos reprodutores, ao redor de 8 semanas antes do seu uso, após o qual deverão ser everminados e mantidos em potreiros com boas condições alimentares, água de boa qualidade e sombra. Outro aspecto importante, é quanto à condição corporal do macho, pois os carneiros mais eficientes para realização da monta, não devem ser magros nem demasiadamente gordos.
e) Sinalação:consiste na marcação para identificação dos Cordeiros podendo ser por tatuagem, brincos ou cortes nas orelhas.
É uma prática que envolve outras operações como: castração dos machos, corte de cauda e vacinações. Embora não exista uma data fixa para sinalar os cordeiros, é aconselhável fazê-lo entre duas e quatro semanas de idade. Este é o momento oportuno para contabilizar o número de cordeiros produzidos e efetuar a dosificação pós parição das ovelhas.
A sinalação deve ser feita em dias de baixa temperatura, logo pela manhã, para evitar o aparecimento de bicheiras. Prepare-se o rebanho de véspera, em mangueiras limpas e com material adequado, conservado durante o uso em recipientes com desinfetante.
Após a sinalação, deixar os cordeiros com as mães em repouso, num potreiro próximo, retomando à origem ao final do dia.
Quando existir problemas de bicheira (miíase), adiar as operações que envolvem cortes até uma época mais propícia. Os principais métodos de castração e corte de cauda são o emprego de faca e anéis de borracha. O corte de cauda pode ser auxiliado com "burdizzo", ou com lâmina de ferro quente. Não se tem evidência de qual método poderia ser o mais indicado nas condições do RS.
f) Desmame: é a separação do cordeiro da ovelha. Pesquisas realizadas pela Embrapa Pecuária Sul, onde foi avaliado o desenvolvimento corporal e a produção de lã posterior de cordeiros desmamados com diferentes idades, desde 8 até 24 semanas, não se observaram diferenças significativas entre os grupos de cordeiros, após 6 meses de idade. Todavia, para o Rio Grande do Sul, recomenda-se efetuar o desmame dos cordeiros mantidos em pastagem natural, entre 12 e 14 semanas de idade, conforme Selaive-Villarroel (1978). Na decisão de quando desmamar, deve-se considerar que mais importante que a idade é a condição corporal que os cordeiros apresentam ao desmame e a qualidade de pastagem a eles destinada. Os cordeiros desmamados devem ser colocados no melhor potreiro disponível, com pastagem não muito alta, boas aguadas e cercas, de preferência junto com algumas ovelhas de consumo ou descarte, evitando a movimentação deles após o desmame.
Fonte e maiores informações sobre ovinocultura no site:  Embrapa Pecuária Sul