sábado, 29 de setembro de 2012

Milho sofre com efeitos de geada tardia

A grande maioria dos produtores que plantam milho, procuram faze-lo, nos meses de agosto e setembro, é que a possibilidade de perdas pela estiagem é menor, do que se plantada mais tardiamente, porém esses produtores correm o risco de sofrerem com perdas pela formação de geada, fato esse que afetou muitos produtores do estado esse ano.

Ao plantar durante o mês de agosto, por exemplo, a lavoura de milho atingirá o período reprodutivo no fim de outubro e meados de novembro, historicamente período que ocorrem mais chuvas e nesse período a cultura do milho exige mais água para alcançar uma boa produtividade. Também ao plantar mais cedo, o produtor de milho tem a possibilidade de entrar com um novo plantio em janeiro a fevereiro, geralmente, ou é plantado novamente milho, ou em alguns casos é plantado soja ou feijão, conforme a frequência de chuvas nesse período é possível ter uma segunda safra com bons resultados de produção e renda.

O problema que ocorreu esse ano, é o fato de ter ocorrido formação de geada, nos dias 26 e 27 de setembro, fato não comum e que atingiu a cultura do milho em fase de desenvolvimento vegetativo. Ocorre que muitos produtores não sabem o que fazer no momento, alguns estão acionando o Proagro -(Seguro da lavoura), outros estão aguardando para ver como a cultura vai reagir, ocorre que em muitas lavouras a perda é parcial e acionando o Proagro o produtor corre o risco de não poder replantar a área e com isso, deixar de ter a possibilidade de colher mais no futuro, outro problema que pode ocorrer é o produtor acionar o proagro, realizar novo plantio na área e ter perdas futuras, porém, essas perdas futuras não terão mais direito de cobertura pelo seguro, por isso muitos profissionais da área técnica estão aconselhando os produtores a pensar com calma, sobre qual a melhor alternativa.

Segundo estudos, a planta do milho que se encontra em estádio V4 (quatro folhas expandidas, apresentando colar, lígula e aurículas visíveis) quando afetada por geada,  a mesma apresenta boa capacidade de rebrotar, não comprometendo significativamente a produção final, desde que o ponto de crescimento não tenha sido afetado. Porém em estádio V4, a planta não tem boa tolerância a alagamento, pela baixa capacidade de oxigenação do ponto de crescimento.

O fato é que ocorreram prejuízos na cultura do milho, pelo efeito da geada, mas ainda é difícil de quantificar esses prejuízos e o produtor precisa pensar bem antes de tomar alguma medida, como por exemplo, solicitar cobertura pelo seguro agrícola e também replantar a área, pois algumas lavouras ainda possuem condições de recuperação, dependendo de fatores que variam muito de uma lavoura para outra.