SÃO PAULO (Reuters) - As importações brasileiras de trigo cresceram cerca de 20 por cento de janeiro a setembro de 2010, para 5 milhões de toneladas, em relação ao mesmo período de 2009, mostraram dados do Ministério da Agricultura nesta quarta-feira.
As compras no exterior, as maiores para o período de nove meses desde 2007, ocorreram após o Brasil ter colhido uma safra com problemas de qualidade no ano passado por conta do excesso de chuvas. Mas um câmbio favorável a importações também colaborou para o aumento.
Enquanto o preço médio do trigo importado pelo Brasil no acumulado de 2010 até setembro foi de 232 dólares por tonelada, alta de 5,4 por cento ante 2009, segundo dados do ministério, o dólar foi cotado no período a 1,78 real na média, queda de cerca de 15 por cento em relação ao valor médio entre janeiro e setembro de 2009.
E embora o Brasil esteja atualmente colhendo uma safra maior e de melhor qualidade, é provável que as compras no exterior sigam em alta nos próximos meses com o dólar nos patamares atuais, próximo de 1,65 real, perto do menor valor em mais de dois anos.
"Os preços no mercado internacional subiram, mas a taxa de câmbio está dando competitividade... A indústria está priorizando a importação em vez de comprar a safra nacional", declarou nesta quarta-feira o gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) Flávio Turra.
O Paraná, maior produtor brasileiro de trigo, colheu até esta semana cerca de três quartos de sua safra estimada em 3,2 milhões de toneladas --a produção oficialmente prevista para o Brasil é de 5,4 milhões de toneladas, contra 5 milhões na temporada passada.
O técnico de trigo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Paulo Magno Rabelo, concorda com o representante dos produtores e acrescenta outro fator que favorece as importações: "O importador costuma ter prazos maiores para pagar, enquanto nas compras no mercado interno o prazo é de 30 dias".
A maior parte das importações do Brasil, que consome cerca de 10 milhões de toneladas de trigo por ano, vem da Argentina. Mas nos últimos anos o Paraguai e o Uruguai passaram a vender maiores volumes, diante de problemas na produção do tradicional fornecedor.
As compras no exterior, as maiores para o período de nove meses desde 2007, ocorreram após o Brasil ter colhido uma safra com problemas de qualidade no ano passado por conta do excesso de chuvas. Mas um câmbio favorável a importações também colaborou para o aumento.
Enquanto o preço médio do trigo importado pelo Brasil no acumulado de 2010 até setembro foi de 232 dólares por tonelada, alta de 5,4 por cento ante 2009, segundo dados do ministério, o dólar foi cotado no período a 1,78 real na média, queda de cerca de 15 por cento em relação ao valor médio entre janeiro e setembro de 2009.
E embora o Brasil esteja atualmente colhendo uma safra maior e de melhor qualidade, é provável que as compras no exterior sigam em alta nos próximos meses com o dólar nos patamares atuais, próximo de 1,65 real, perto do menor valor em mais de dois anos.
"Os preços no mercado internacional subiram, mas a taxa de câmbio está dando competitividade... A indústria está priorizando a importação em vez de comprar a safra nacional", declarou nesta quarta-feira o gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) Flávio Turra.
O Paraná, maior produtor brasileiro de trigo, colheu até esta semana cerca de três quartos de sua safra estimada em 3,2 milhões de toneladas --a produção oficialmente prevista para o Brasil é de 5,4 milhões de toneladas, contra 5 milhões na temporada passada.
O técnico de trigo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Paulo Magno Rabelo, concorda com o representante dos produtores e acrescenta outro fator que favorece as importações: "O importador costuma ter prazos maiores para pagar, enquanto nas compras no mercado interno o prazo é de 30 dias".
A maior parte das importações do Brasil, que consome cerca de 10 milhões de toneladas de trigo por ano, vem da Argentina. Mas nos últimos anos o Paraguai e o Uruguai passaram a vender maiores volumes, diante de problemas na produção do tradicional fornecedor.
Além dos parceiros do Mercosul, que vendem o cereal livre de tarifas aos brasileiros, o Brasil também tem comprado o produto no hemisfério norte. Neste ano, aproximadamente 10 por cento do total importado teve origem nos Estados Unidos ou no Canadá.
NEGÓCIOS LENTOS
Turra e Rabelo salientaram que a comercialização da nova safra brasileira está lenta, com os moinhos priorizando o trigo do Paraguai, vizinho ao Paraná, que colhe praticamente na mesma época.
Segundo Turra, o Paraguai tem um excedente de 600 mil toneladas de trigo para exportar, praticamente tudo para o Brasil.
O gerente da Ocepar afirmou que o mercado interno atualmente registra poucos negócios, com a indústria aguardando a colheita no Rio Grande do Sul se intensificar, o que pressionaria eventualmente os preços.
Os moinhos também estão estocados, após o bom volume de compras, o que é mais um fator para dificultar a comercialização da safra local.
No Paraná, o trigo é cotado atualmente entre 480 e 490 reais por tonelada, segundo a Ocepar, que calcula que aproximadamente 15 por cento da nova safra tenha sido comercializada.
(Com reportagem adicional de José de Castro)
NEGÓCIOS LENTOS
Turra e Rabelo salientaram que a comercialização da nova safra brasileira está lenta, com os moinhos priorizando o trigo do Paraguai, vizinho ao Paraná, que colhe praticamente na mesma época.
Segundo Turra, o Paraguai tem um excedente de 600 mil toneladas de trigo para exportar, praticamente tudo para o Brasil.
O gerente da Ocepar afirmou que o mercado interno atualmente registra poucos negócios, com a indústria aguardando a colheita no Rio Grande do Sul se intensificar, o que pressionaria eventualmente os preços.
Os moinhos também estão estocados, após o bom volume de compras, o que é mais um fator para dificultar a comercialização da safra local.
No Paraná, o trigo é cotado atualmente entre 480 e 490 reais por tonelada, segundo a Ocepar, que calcula que aproximadamente 15 por cento da nova safra tenha sido comercializada.
(Com reportagem adicional de José de Castro)