sexta-feira, 19 de agosto de 2011

V Fórum do Leite/RS destaca vantagens do cooperativismo


A possibilidade de receber bonificação pelo leite de qualidade, assistência técnica, crédito para custeio e compartilhar decisões foram algumas das vantagens apresentadas por cooperativas, durante o V Fórum do Leite, realizado esta semana em Fortaleza dos Valos. “O simples fato de os produtores serem cooperados faz com que o preço do leite aumente 20%”, afirmou o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Neimar Peroni.

Representantes das cooperativas Coprolat, de Tio Hugo, Coopervalério, de São Valério do Sul, e Cooperyucumã, de Derrubadas, concordaram. “Graças ao cooperativismo o preço não sofre grandes variações negativas durante o ano”, disse o secretário da Copervalério, Lediomar Machado. “Tentamos equalizar o menor e o maior preço, de forma que todos ganhem”, disse o presidente da Coprolat, Alexandre Arend. “Oferecemos preço único e bonificação que pode chegar a R$ 0,4, de modo que o litro do leite pode valer R$ 0,79”, disse o técnico em agropecuária da Cooperyucumã, César Sgarbossa.

A diversificação das atividades, com investimentos na produção de ração e agroindustrialização de produtos, a busca do mercado institucional, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), e a transparência na gestão são características das três cooperativas. Pelo menos uma vez por mês, os sócios de cada uma delas se reúnem para debater problemas comuns ao grupo. “É preciso seriedade e honestidade”, disse o presidente da Coopervalério, João Sireneu Ribeiro.


Mercado
Entre 1996 a 2007, a produção de leite cresceu mais de 80% na Mesorregião do Noroeste Rio-Grandense (subdivisão utilizada pelo IBGE para fins estatísticos), passando de 1,01 bilhão de litros para 1,85 bilhão. A Mesorregião Noroeste Rio-Grandense (216 municípios) produz 68% do leite gaúcho e é a mesorregião que mais produz leite no Brasil. “Estamos no centro do furação”, disse Peroni. No entanto, se levarmos em conta apenas a produção de leite por Estado, Minas Gerais (7.657.305 litros/ano), seguida do Rio Grande do Sul (3.314.573 litros/ano), são os maiores produtores no ranking nacional.

O crescimento da produção nessa região tem atraído indústrias, muitas delas interessadas na produção de leite em pó. “Sugerimos o caminho inverso”, disse Peroni. “Propomos a articulação entre cooperativas e agroindústrias para a fabricação de produtos derivados do leite com valor agregado para exportação”, concluiu o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar.

Para o futuro, a tendência, segundo o assistente técnico estadual em bovinos de leite da Emater/RS-Ascar, Breno Kirchof, é que os produtores se profissionalizem e se adaptem à Instrução Normativa 51 (trata da qualidade do leite cru e derivados lácteos). Kirchof recomenda a diminuição dos custos de produção, planejamento da produção de alimentos para o rebanho, seleção genética, cursos profissionalizantes e a integração da atividade leiteira como outras, como ovinocultura, fruticultura, holericultura.

O V Fórum do Leite foi promovido pela Associação dos Produtores de Leite de Fortaleza dos Valos (Apeleite), Emater/RS-Ascar, Banco do Brasil e prefeitura.

Emater - RS