quarta-feira, 29 de junho de 2011

Inverno aquece venda de rapadura

Fonte de potássio, cálcio, ferro e energia, a rapadura se torna irresistível no inverno. "Com o frio, a procura pelo produto cresce em torno de 45%", disse o subgerente de vendas de um supermercado de Ijuí, Luis Ramos.

O baixo custo de produção faz com que a produção de rapadura no Rio Grande do Sul esteja fortemente vinculada à pequena propriedade rural. Em Augusto Pestana, o casal de pequenos agricultores Elci e Clóvis Scheer, tira proveito da estação mais fria do ano e fabrica aproximadamente mil quilos de rapadura por mês. "De abril até agosto é o nosso pico de produção", disse Scheer.

Donos de uma agroindústria construída há cinco anos com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), os Scheer fabricam a chamada rapadura mista, ou seja, adicionam amendoim ao caldo de cana. Tanto a cana quanto o amendoim são produzidos por eles, contudo, às vezes é necessário comprar a matéria-prima dos vizinhos para dar conta dos pedidos que não param de chegar das regiões de Ijuí, Missões e Metropolitana de Porto Alegre. "Se eles tivessem mais produto, venderiam tudo", disse a extensionista da área de bem-estar social da Emater/RS-Ascar, Eonice Grinke.

Se as baixas temperaturas dão um empurrãozinho nas vendas, a qualidade da rapadura, segundo Grinke, é o que diferencia o produto. Além de investir em tecnologia e embalagens mais atraentes, a agricultora Elci Scheer fez curso de boas práticas de fabricação com instrutores da Emater/RS-Ascar. "Eles também têm um manual de boas práticas aqui na agroindústria", completou Grinke.

Após moer a cana, o caldo é depositado em tachos, aquecidos sob a supervisão de Elci. Com uma espumadeira, a agricultora retira as impurezas que boiam com a fervura. Quando o melado está pronto, os Scheer adicionam amendoim ao caldo de cana. O trabalho artesanal é completado pela moldagem, secagem, embalagem e rotulagem da rapadura, em tamanhos que variam de 35 a 400 gramas.


Setor rapadureiro
Presente em mais de 30 países, a rapadura é produzida em maior parte no Brasil na Região Nordeste, sendo o Ceará o principal produtor. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cada brasileiro consome, em média, 1,4 quilos de rapadura por ano, sendo que alguns Estados nordestinos adotaram a rapadura na alimentação escolar. A principal dificuldade do setor rapadureiro, segundo o governo, é a falta de padronização e o mercado informal, que dificultam a estruturação e organização dos canais diretos de comercialização.


Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Ijuí
Jornalista Cleuza Noal Brutti
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