quinta-feira, 17 de março de 2011

Instituições debatem desafios do setor florestal gaúcho na Expodireto

A demanda da população pelos produtos oriundos da silvicultura, como a madeira e o papel, reafirma a necessidade de incentivo ao setor de base florestal no Estado. A obrigação de se preservar o meio ambiente exige que a atividade seja desenvolvida de forma sustentável, com a adoção de práticas como os sistemas agrosilvipastoris, estimulados pelo Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC). A busca do equilíbrio entre estas premissas norteou as palestras do 4º Fórum Florestal do Rio Grande do Sul, realizado na manhã desta quinta-feira (17), no auditório da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque.

Promovido pela Emater/RS-Ascar, Embrapa Florestas, Sindimate/RS, Ageflor, Famurs, Sindimadeira, Apromate e Cotrijal, o Fórum promoveu o debate sobre questões como a consolidação do Programa Florestal e o novo Código Florestal. O diretor administrativo da Emater/RS, Valdir Zonin, frisou que a Instituição trabalha pela regularização das propriedades, e que os pequenos produtores não podem ser os únicos responsabilizados pelos passivos ambientais. "A grande maioria dos municípios gaúchos possui alguma irregularidade em termos de saneamento urbano, e este aspecto também merece atenção", destacou.

Diretor de uma empresa de consultoria agroflorestal, Moacir Medrado abriu a programação do Fórum com a palestra sobre a importância da área para o desenvolvimento da agricultura de baixa emissão de carbono. Instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em junho de 2010, o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) incentiva o produtor rural a investir em tecnologias sustentáveis na propriedade. Entre as quatro principais práticas agrícolas estimuladas está o sistema agrosilvipastorial, ou a integração lavoura-pecuária-floresta, técnica que alterna pastagem com agricultura e floresta em uma mesma área, recuperando o solo e incrementando a renda.

Medreado exemplificou, entre os benefícios do sistema, o conforto térmico que a integração entre a pecuária e a silvicultura proporciona aos animais. "Eles são protegidos pelas árvores dos ventos e do frio, durante o inverno, e do sol e do calor, no verão, o que reduz o gasto de energia do animal, faz com que ele ganhe peso e produza mais leite", explica.

O diretor do Departamento de Florestal e Áreas Protegidas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Roberto Ferron, explanou as políticas públicas que serão executadas em prol do setor e da preservação ambiental. "Vamos construir a política florestal do Rio Grande do Sul a muitas mãos, vamos ouvir a sociedade", afirmou. Segundo ele a área precisa ser desburocratizada. "Não podemos emperrar o crescimento do Estado, mas temos que levar sempre em conta a sustentabilidade ambiental", afirma.