sábado, 27 de novembro de 2010

Sustentabilidade rural

Carlos Adílio Maia do Nascimento

         Participamos da sétima edição do Seminário Brasileiro de Marketing no Agronegócio, organizado pelo I-UMA. O tema tratou da sustentabilidade no desenvolvimento rural e os painelistas foram a senadora eleita do RS, Ana Amélia Lemos, Marcio Antônio Portocarrero, do Mapa, Paulo Herrmann, do John Deere, e Valter Brunner, da Syngenta. Riqueza de informações e claros posicionamentos foram apresentados.

        A senadora eleita alerta que os compradores de alimentos exigem práticas de manejo sustentáveis na agricultura, que, às vezes, funcionam como barreiras para os produtos chegarem aos mercados. Nossa legislação ambiental é pesada e restritiva. Conduzida por uma burocracia insensata que funciona como "massa de concreto" difícil de transpor. O agricultor no Brasil é figura fundamental pelo potencial que o país apresenta na produção de alimentos. Entretanto, a sociedade brasileira não lhe atribui o valor que merece. Estamos sendo ingênuos, obedecendo ao jogo imposto por nossos concorrentes, que, por sua vez, valorizam seus agricultores, subsidiando-os pesadamente.

        O representante do Mapa fala do aumento da demanda alimentar, que cresceu 25% nos últimos dez anos e deverá dobrar até 2050. Deve-se evitar a degradação do solo, agregar valor aos produtos e fixar o homem no campo. Preconiza o sistema agropecuário integrado: lavoura-pecuária-floresta. O impacto ambiental da agricultura precisa ser melhor avaliado, pois em alguns casos é positivo. Falta balanço de massa e monitoramento para que se conheça a realidade.

         O representante da John Deere diz que a pressão no mundo não é somente ambiental. Existe a fraude científica sobre alguns produtos, atendendo a interesses particulares. Temos conhecimento científico e tecnológico que permite produzir com sustentabilidade. Fator preocupante e injusto é a transferência de renda do campo para a cidade, que continua crescendo. Julga importante os projetos demonstrativos de produção com sustentabilidade. A Syngenta preconiza a evolução da legislação ambiental, bem como, desmistificar o impacto da agropecuária.

         As exposições dos painelistas representantes de diferentes áreas atestam a evolução que vem ocorrendo em nosso país em termos conceituais de desenvolvimento rural sustentável. Na abertura do evento, o secretário da Agricultura, representando a governadora, declarou que nunca tivemos uma política agrícola consistente e duradoura. Temos tido apenas alguns planos agrícolas modestos e incompatíveis com a dimensão de nosso país, suas múltiplas condições edafoclimáticas e o enorme potencial produtivo que isto proporciona. Ficamos felizes em presenciar atestados desta evolução e felicitamos o I-UMA pela pertinência e qualidade do seminário.

presidente do IBPS


Fonte: Correio do Povo