quarta-feira, 23 de abril de 2014

Programa corta uso de agrotóxico em 68%

Em áreas vigiadas regularmente, a aplicação de inseticidas começa mais tarde - a partir do momento em que é identificada ameaça real das pragas. E, com monitoramento constante e aplicação racional, o uso de agrotóxicos pode ser reduzido pela metade. Essa foi a conclusão do programa Plante Seu Futuro, apresentado na última semana pelo governo do Paraná e parceiros do setor produtivo.

 A cada 100 litros de defensivos que seriam usados no sistema de manejo que inclui aplicações anteriores ao surgimento das pragas, 68 foram economizados e apenas 32 foram aplicados. A redução foi de 68% no número de pulverizações, o que remete a esses números. O Plante Seu Futuro defende a disseminação do Manejo Integrado de Pragas (MIP), que abrange uma série de medidas, desde a escolha do tipo de agrotóxico.

Os resultados do projeto estão sendo apresentados em diversas regiões do estado. Em Londrina, reuniram 350 pessoas entre produtores e técnicos. Na troca de informações, os produtores debatem também alternativas como o controle biológico de pragas, sem uso de agrotóxicos. O uso de vespas pode reduzir a pressão das lagartas em 90%, mostram experiências desta temporada.

Em zonas agrícolas de Cambé (Norte) que fizeram cinco aplicações de inseticidas na soja, produtores participantes do Plante Seu Futuro realizaram apenas 1,6 aplicação, disse o agrônomo Alcides Bodnar, do Instituto Emater. Essa média indica que o combate às lagartas e ao percevejo pode sair mais barato e menos impactante ao ambiente, aponta. Em cada hectare monitorado, houve economia de R$ 60,12, apontam os técnicos.

“Podemos estar perdendo competitividade no nosso modo de produzir”, alertou o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara. “O bom desse modelo de produzir é que sobra mais no bolso do produtor, liberando mais dinheiro para investimentos produtivos na propriedade”, acrescentou. Os produtores que adotam aplicações preventivas em sistemas de manejo diferentes afirmam que, em grandes áreas, é difícil controlar com precisão o momento certo do início das aplicações.

Fonte: Gazeta do Povo