Cultura da soja
De todos os micronutrientes necessários ao desenvolvimento da soja, o molibdênio (Mo) e o cobalto (Co) são os mais importantes. Eles
exercem um papel fundamental na fixação do nitrogênio (N) do ar pelas bactérias
do gênero Rhysobium que necessitam de ambos nutrientes. Os solos brasileiros, em
geral, são pobres em molibdênio e cobalto. 0s solos dos cerrados são os mais
pobres. Já os s
olos do Rio Grande do Sul e
Paraná apresentam teores maiores de cobalto (Co) e menores de molibdênio (Mo).
Daí a utilização de maiores concentrações de molibdênio. A soja responde muito
bem às aplicações de molibdênio com altas produtividades. Em solos com pH abaixo
de 5,5 e a soja apresentando sintomas de deficiência na fase inicial de
desenvolvimento, pelo amarelecimento das folhas, ocasionada pela baixa
eficiência das bactérias Rhysobium na fixação do nitrogênio do ar, é resolvido
com aplicações de molibdênio. A utilização em excesso de cobalto provoca um
amarelecimento das folhas da soja na fase inicial de desenvolvimento. O excesso
de cobalto inibe a ação do ferro (Fe).
A pesquisa, através da Embrapa,
recomenda a utilização destes micronutrientes, seja no tratamento de sementes ou
via foliar.
O tratamento de sementes é feito com 12 a 25 g/ha de Mo e 1 a 5
g/ha de Co. Uma aplicação média de cobalto de até 3 g/ha, é uma dose segura para
evitar a fitotoxidez para a soja. Quando o molibdênio é aplicado nas sementes,
ele deve preceder a inoculação das mesmas. Na aplicação foliar, utiliza-se 30
g/ha de Mo, 20-35 dias após a emergência. Uma aplicação é ótimo, se bem que os
dois tratamentos (sementes e foliar) sejam importantes. Em solos arenosos
deve-se usar a dose mais elevada. No caso da soja destinar-se à produção de
sementes é recomendável fazer mais uma aplicação na época de enchimento dos
grãos, pois estaremos garantindo teores maiores de molibdênio na semente, o que
garantirá uma melhor fixação de nitrogênio do ar na próxima germinação das
mesmas. Os teores de molibdênio devem ser maiores que 2 mg/kg de semente, já que
de 1 a 2 mg/kg é considerado baixo. Como fonte de molibdênio solúvel em água
pode-se utilizar o molibdato de amônio (54% de Mo) e o molibdato de sódio (39%
de Mo). Os produtos devem ser quelatizados, pois garantem a maior estabilidade,
compatibilidade com defensivos e melhor aproveitamento pelas bactérias Rhysobium
e, consequentemente, pela planta.
ATENÇÃO: como o
molibdênio não pode ser quelatizado isoladamente, o melhor é fazê-lo com o
cobalto.
Atentar para o fato de que algumas matérias-primas de
molibdênio e cobalto não podem ser utilizadas quanto a sua compatibilidade com o
Rhysobium. Ler os rótulos e bulas dos produtos.
Onde existe integração
lavoura-pecuária deve-se cuidar o teor de molibdênio nas pastagens. Com a
elevação do pH do solo quando se faz a calagem, o Mo tem a sua disponibilidade
aumentada podendo afetar o metabolismo do cobre (Cu) em ruminantes. Quando o
teor de Mo nas partes aéreas das plantas atingir 5 mg/ha, deve-se suspender a
sua adição ao solo.
Como no Brasil os solos são ácidos, a calagem torna-se
necessária. A elevação do pH do solo torna o manganês (Mn) menos disponível para as plantas,
ocorrendo os sintomas de deficiência traduzida pelo amarelecimento da planta. O
manganês é responsável pelo aumento da produtividade, melhor germinação, pelos
teores de proteína e óleo. Para corrigir a
deficiência de manganês utiliza-se aplicações foliares de 500
g de Mn no início do florescimento. Isto soluciona o problema. Poderão ser
necessárias até duas aplicações. Por sua vez, o manganês pode ser quelatizado.
Entretanto, o quelato deve estar especificado no rótulo. Na complementação foliar, as doses recomendadas são
de 150g/ha de quelatizado na forma de nitrato ou cloreto de manganês; 250 g/ha
quelatizado na forma de sulfato de manganês.
Outro micronutriente, o boro (B) é aplicado via foliar na flor da soja.
Isto melhora a fecundação prevenindo o abortamento de flores e vagens. Este
abortamento ocasiona uma redução drástica da produtividade e a prevenção com
boro evitará este sério problema. O produto deve ser aplicado antes da florada.
O nutriente cálcio ajuda na função do boro. Podem ser aplicados até 500 g de
boro.
Quanto aos micronutrientes cobre (Cu),
ferro (Fe) e zinco (Zn) devem ser aplicados até o florescimento da
plantas. O zinco emprega-se de 50 a 150 g/ha. Quanto ao cobre, a dosagem é de 50
a 100 g/ha.
Os adubos foliares que contêm Mn na sua composição, quando em
misturas com herbicidas, provocam uma reação química no tanque de pulverização
formando precipitados que causam entupimentos dos filtros e dos bicos dos
pulverizadores. Há um prejuízo na operacionalidade das pulverizações. Consulte o
seu técnico – existem no mercado produtos que foram testados e que melhoram a
incompatibilidade.
A adubação foliar não é somente para a cultura da
soja. O crescimento da área cultivada com algodão nos cerrados, o aumento do uso
de zinco na cultura do milho, o aumento do número de pulverizações
fitossanitárias na laranja e o uso de fertilizantes minerais têm contribuído
para o aumento do consumo de fertilizantes foliares.
Cultura do milho
O manganês (Mn) é aplicado quelatizado e na forma
de sais. Deve ser aplicado quando a planta de milho apresentar 6 folhas. Em
híbridos de milho que são suscetíveis à deficiência de Mn, de
O cobre (Cu) é
empregado na dose de 400g/ha divididos em três (3) aplicações:
200g/ha no
estágio de 4-5 folhas;
100g/ha no estágio de 7 folhas;
100 g/ha no estágio
de 8 folhas.
Quanto ao zinco (Zn)
usam-se doses de 100 a 400g/ha quelatizado e na forma de sais que são aplicados
junto com inseticida para a lagarta do cartucho (entre a 4ª e 5ª folha).
Fonte: Na Sala com Gismonti
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