domingo, 2 de janeiro de 2011

Produtores gaúchos concluem plantio da soja

Apesar de ficar abaixo do esperado pelos agricultores, a chuva da última semana foi suficiente para que o plantio da soja fosse praticamente finalizado em todo o Rio Grande do Sul. Conforme o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, a falta de umidade adequada impediu a conclusão do plantio apenas em algumas poucas áreas do Sul e da Campanha, o que poderá alterar a expectativa inicial quanto ao total de hectares efetivamente plantados nesta safra.

Nas áreas semeadas há mais tempo, o desenvolvimento é considerado normal e sem registro de focos de pragas e moléstias em grande escala, o que confere às lavouras um bom padrão até o momento. Quanto à comercialização do produto, o mercado segue aquecido e com cotações em patamares vantajosos aos agricultores, com estes fechando lotes com vendas antecipadas. Durante a semana a saca de 60 kg ficou cotada a um preço médio de R$ 44,39, uma valorização de 0,48% em relação à cotação anterior.

O cenário se repete em relação a outras culturas. As precipitações abaixo do esperado não causam um impacto significativo no desenvolvimento das lavouras de milho, feijão e arroz, com exceção de alguns pontos da Metade Sul, onde a deficiência hídrica mais acentuada influi de maneira negativa no desenvolvimento das plantas.

A safra atual de milho alcança, nesta semana, 90% de área semeada. De maneira geral as lavouras apresentam bom aspecto e, apesar da irregularidade das chuvas, um bom potencial produtivo. Quanto ao feijão, a colheita evoluiu 6% da área total, ultrapassando os 20% de lavouras no Estado e apresentando boa produtividade, inclusive acima da média prevista para algumas regiões. A exceção é novamente a Metade Sul, onde o plantio é realizado por último e a baixa umidade do solo tem prejudicando o bom desenvolvimento das plantas.

Para o arroz as condições meteorológicas registradas recentemente têm sido favoráveis, apesar de problemas pontuais com relação à disponibilidade de água em alguns cursos d’água de menor vazão. Com esse cenário, a maioria das lavouras se desenvolvem sem problemas, com 4% delas entrando em fase de floração e apresentando bom padrão.

As poucas precipitações já começam a interferir também na produção de hortigranjeiros, em especial naquelas cultivadas a céu aberto e sem sistemas de irrigação auxiliares. A deficiência hídrica está diminuindo o tamanho e peso das frutas. Em Morro Redondo, região Sul do Estado, estima-se uma perda na cultura do pêssego em torno de 60%. Para algumas variedades ainda não foi possível estimar prejuízos. Em Pelotas o preço está em torno de R$ 25,00 a caixa.

De forma geral o maior impacto provocado pela estiagem pode ser sentido nas criações da região da Campanha e Zona Sul, onde as pastagens estão prejudicadas e os mananciais e reservas de água estão com seus níveis bastante baixos. O plantio de novas áreas está paralisado. Apesar de o estado nutricional do rebanho de corte ser considerado bom, os animais seguem perdendo peso. O agravamento da situação pode comprometer o desempenho da reprodução que se encontra em curso, assim como o rendimento da atividade. As condições climáticas seguem provocando também redução na oferta do leite.

Nas demais regiões o quadro é normal e bastante favorável já que do Centro para o Norte segue o registro de precipitações em volumes superiores aos ocorrido na porção Sul do Estado. Em muitas localidades já começa inclusive a sobrar pasto nos piquetes, o que tem obrigado os criadores a realizarem a prática de roças para manter a qualidade da forragem. O plantio de novas áreas com forrageiras está encerrado nestas regiões.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
          Jornalista Patrícia Strelow
          Estagiária Joana Pretto Cavinatto