segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pavan avalia indicações

      A semana será decisiva para o desenho do primeiro escalão da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo e para a presidência da Emater, exigida por PT e PSB. Pelo menos três nomes despontam na briga pelo comando da empresa de assistência técnica e extensão rural, embora o futuro secretário, deputado Ivar Pavan (PT), frise que tudo depende da negociação de compensações prometidas pelo governador eleito Tarso Genro a partidos da coalização e correntes petistas. Independente do loteamento entre siglas, os cotados mesclam experiência técnica e desenvoltura política. Os nomes dos indicados devem ser entregues a Tarso até sexta-feira. "Temos muitos espaços a serem preenchidos, esses nomes podem, inclusive, compor a secretaria", adianta Pavan.

      Peça-chave no andamento de projetos da nova secretaria e com orçamento de R$ 105 milhões para 2011, a Emater atende a 280 mil famílias de agricultores familiares, assentados da reforma agrária, pescadores e quilombolas.

     Na disputa, o agrônomo Lino De David, apoiado pela Fetraf-Sul, tem a seu favor a experiência de já ter sido presidente da Emater no governo de Olívio Dutra. Assessor técnico da bancada do PT, Lino também participa do grupo que trabalhou no diagnóstico para a transição e alicerça a secretaria a ser criada. Do mesmo grupo de trabalho faz parte o economista Tarcísio Minetto, especialista ligado ao setor cooperativo, indicado por Fetag e Fecoagro. Sua escolha seria também uma forma de compensar o PSB, até agora com apenas uma das três secretarias prometidas. Também está no páreo o delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Nilton Pinho De Bem. Funcionário de carreira da empresa, tem bom trânsito interno e já foi diretor da Emater na época de Olívio. Neste caso, a engenharia passaria por sua substituição no MDA, cargo de confiança do ministro.

     Seja quem for o escolhido para o cargo, o presidente da Associação dos Servidores da Emater/RS-Ascar (ASAE), Gervásio Paulus, espera que a eleição da lista tríplice para a Diretoria Técnica volte às mãos dos funcionários, uma das promessas de campanha de Tarso. O processo, instituído em 1988, foi alterado pelo atual governo. "Foi simplesmente um desrespeito à democracia interna", diz Paulus.

     As federações representativas de agricultores familiares gaúchos também já reafirmaram suas bandeiras à Ivar Pavan em encontros ocorridos recentemente. A contratação de técnicos para atuar junto aos produtores familiares é defendida tanto pelo presidente da Fetag, Elton Weber, quanto pelo coordenador estadual da Fetraf-Sul, Roberto Balem.

    A Emater possui atualmente 492 escritórios em 496 municípios no Rio Grande do Sul. Segundo estimativas do movimento sindical há um profissional para cada 400 agricultores no campo. Desde a demissão de 400 empregados em 2007, a Emater realizou processo seletivo, contratou profissionais e hoje tem quadro-funcional composto por 2.002 pessoas. Contudo, segundo dirigentes, o número continua insuficiente, até porque a demanda cresceu no período.