sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Baixa adesão à IN 51 preocupa

         Os produtores gaúchos de leite precisam correr contra o tempo para se enquadrarem às novas regras de qualidade previstas na IN 51/2002 e que entram totalmente em vigor em 1 de janeiro de 2011. Segundo o professor e coordenador do Serviço de Análises de Rebanhos Leiteiros (Sarle) da UPF, Carlos Bondan, apenas 10% dos produtores de leite gaúchos atendem à exigência de presença de até 100 mil Unidades Formadoras de Colônia (UFC) por ml de leite. Atualmente, o limite é de 750 mil unidades por ml. Metade dos produtores, acrescenta ele, também obtém produção com índice de sólidos não-gordurosos abaixo do nível de gordura desejado. "Precisamos de mais qualidade no leite seja por meio da adoção de manejo adequado, seja com raças que rendam melhores índices de sólidos", conclamou o professor no segundo dia do Avisulat durante o painel "Custos e Qualidade - Fator de Competitividade para a Cadeia Láctea".

      O ganho de qualidade traz reflexo no bolso do criador e, consequentemente, estabilidade de abastecimento na indústria. Bondan reforça que as menores variações de contagem de células somáticas e bactérias estão exatamente nas empresas que dispõem de diferenciais de remuneração e fomento a produtores.

      Equalizar qualidade e custos na busca pelo equilíbrio econômico foi o desafio feito pelo consultor Christiano Nascif. "O produtor precisa pensar no conceito de empresa rural." Ele recomenda que se avalie aumento de produtividade com olhos nos custos e nos riscos da atividade. De acordo com Nascif, o segredo para a lucrar está em buscar a relação mais vantajosa entre capital imobilizado e produção.