sábado, 4 de junho de 2011

Cochonilha-branca do pessegueiro

A cochonilha-branca do pessegueiro (Pseudaulacaspis pentagonal), está, atualmente, distribuída em quase todo o mundo, ocorrendo em todas as regiões biogeográficas, embora seja ausente em determinadas localidades. No Brasil, ocorre em todo o país.

A cochonilha-branca ataca um grande número de espécies de plantas lenhosas, cultivadas ou não, assim como numerosas plantas ornamentais e silvestres, infestando seu se tronco, folhas e frutos. É uma espécie polífaga.

A fêmea adulta é de coloração rósea amarelada, medindo aproximadamente, 0,8 a 0,9mm de comprimento por 1,2 a 1,3mm de largura e protegida por uma carapaça branca, de forma circular, com cerca de 2 a 2,5mm de diâmetro. Não possui pernas ou antenas. Apesar de as fêmeas serem ápodas e em forma de saco, apresentam capacidade de locomoção, em conseqüência de movimentos ondulares do corpo. Fêmeas não-fertilizadas ao longo das três semanas do período de maturidade sexual saem da carapaça e, sem tirarem o longo estilete do ponto inicial de inserção na planta, começam a secretar uma nova carapaça, que é mais branca e macia do que a primeira. Quando fertilizadas durante esse processo, as fêmeas param de produzir a carapaça e começam a produzir ovos.

O ciclo total da cochonilha-branca do pessegueiro é variável em função das condições de clima, sendo de 35 a 40 dias no verão e de 80 a 90 dias no inverno. O número de gerações anuais varia de duas a três.

Os machos são os únicos que voam. São muito pequenos e de cor alaranjada. Não possuem as partes bucais desenvolvidas e, assim, são incapacitados para se alimentarem e sobreviver mais do que 24 horas. Os machos respondem, ativamente, ao feromônio das fêmeas, procurando-as para a cópula. Esta é rápida e ocorre com maior freqüência ao entardecer. Um macho fertiliza muitas fêmeas e estas, por sua vez, aceitam muitos acasalamentos.

A dispersão da espécie dá-se pelo transporte das ninfas caminhadoras através do vento, pelas partes vegetativas das plantas e das mudas, pelas roupas dos trabalhadores e pelas próprias frutas e caixas que as contêm, entre outras formas.

Medidas de controle

Embora a P. pentagona esteja disseminada por quase todo o mundo, há necessidade de esforços para a prevenção de futuras invasões, a fim de se evitar a introdução de hiperparasitas, por exemplo. Assim sendo, as medidas quarentenárias do país e/ou dos estados devem ser rigorosas quanto a essa praga.

A literatura existente, sobre o controle químico da cochonilha- branca do pessegueiro, é confusa no que se refere a produtos e doses, modo de aplicação e época de controle. Há concordância quanto ao fato de que as ninfas caminhadoras são mais suscetíveis ao controle químico do que aquelas em outros estádios de desenvolvimento, já protegidas pela carapaça. A aplicação dirigida às ninfas caminhadoras pode ser altamente eficiente, mas tem sido considerada de difícil execução pelos agricultores. As fêmeas adultas, protegidas por suas carapaças, são ainda muito mais difíceis de serem mortas. A ocorrência simultânea de ambos os estádios é outro grande problema que ocorre ao se equacionar a forma certa de controle químico. É certo que o uso exclusivo de inseticidas (por exemplo, fenitrotion, fosalone, medidation), com ou sem óleo mineral (1% a 3%), tem propiciado baixo controle, especialmente de infestações com mais de um ano. Há necessidade de se realizarem outras medidas auxiliares e preparatórias para o controle químico. Por exemplo, a remoção de ramos infestados e das cochonilhas através do escovamento. Quando se "prepara" a planta para o controle químico, ele apresenta bons resultados. Segundo várias experiências no Rio Grande do Sul, o uso constante de inseticidas piretróides (por exemplo, deltametrina, cipermetrina, permetrina) para o controle de mosca-das-frutas, grafolita e, mesmo, da cochonilha propiciou grande aumento da incidência da praga. É recomendado o uso desses inseticidas somente para o controle da grafolita (mariposa oriental).

O uso de pulverizadores de baixa pressão e alta vazão propicia melhores resultados, pois estes permitem um franco molhamento das partes atacadas e/ou da planta, condição essencial para se atingir a cochonilha.

Outras formas de controle, tais como feromônio, cultivares resistentes e métodos físicos (armadilhas), embora já testadas experimentalmente, não têm tido aplicação prática.

O controle biológico através de parasitas e predadores é, sem dúvida, o método de maior eficiência na contenção de P. pentagona. Há uma enorme lista de inimigos naturais que foram encontrados atacando-a, no mundo.É vital a presença de inimigos naturais da cochonilha-branca no pomar. Uma das formas de ação é não se queimarem os ramos infestados removidos das plantas, mas sim colocá-los no solo, nas entrefilas, dando chance para que os parasitas venham a emergir e atacar as cochonilhas remanescentes na área. Além dos métodos técnicos de introdução e multiplicação desses agentes de controle biológico, o próprio produtor pode transferir ramos de plantas atacados pela cochonilha e que estejam parasitados para outras áreas. Esses ramos podem ser colocados entre as fileiras, perto das plantas infestadas com a cochonilha. A troca entre vizinhos, por exemplo, pode ser uma prática eficiente e econômica.

Não há perigo de as cochonilhas trazidas com os ramos infestarem as plantas, desde que não fiquem sobre ou em contato direto com a planta quando os galhos forem colocados no chão ao lado do tronco.